Reflexões sobre o sistema político, tributário e administrativo no Brasil


O Brasil enfrenta, segundo a percepção de parte da população, um cenário que se assemelha a um regime totalitário. A condução das interpretações legais tem gerado desconfiança, especialmente entre aqueles que se sentem mais onerados pelos impostos. Há quem afirme que a Constituição Federal parece não mais proteger os cidadãos, servindo apenas como ferramenta de repressão às classes que sustentam o país com seus tributos.

A indignação cresce diante das disparidades no sistema judicial: enquanto pequenos infratores, como o “ladrão de galinha”, são punidos com rigor, os chamados “colarinhos brancos” frequentemente escapam impunes. Mesmo diante de provas contundentes, como malas de dinheiro apreendidas, brechas nas leis garantem a liberdade de políticos e empresários influentes.

Enquanto isso, os pagadores de impostos passam boa parte do ano destinando recursos ao governo sem receber contrapartidas básicas, como saúde, educação e segurança. Muitos enxergam o Brasil como motivo de chacota frente ao cenário internacional, com um sistema tributário pesado e um aparato administrativo inchado por cargos de confiança, que muitas vezes substituem os concursos públicos sob o pretexto de reduzir despesas.

Nos municípios brasileiros, a criação de secretarias e superintendências para melhorar a administração é prática comum. Em Penedo, Alagoas, a Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) trouxe avanços significativos na organização do tráfego. No entanto, a atuação dos agentes, em alguns casos, tem sido questionada por comportamentos considerados arbitrários.

Um exemplo recente ilustra esse cenário: a aplicação de uma multa a um veículo estacionado em uma área sem sinalização horizontal ou vertical, contrariando o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). O CTB determina que locais sujeitos à fiscalização devem estar devidamente sinalizados. Após os trâmites legais, a notificação foi arquivada pela SMTT, evidenciando a imparcialidade do órgão sob a gestão do Cel. Joanilson Sampaio Costa.

A atuação responsável e justa do superintendente e da comissão julgadora merece reconhecimento, pois, mesmo quando a multa beneficiaria os cofres públicos, prevaleceu o respeito à lei.

As arbitrariedades cometidas por agentes de trânsito em várias cidades brasileiras também despertaram a atenção do senador Cleitinho, do Republicanos. Ele propôs um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados para limitar o poder desses agentes, transformando-os em orientadores, ao invés de fiscais com poder de multa. Segundo o parlamentar, o objetivo não é extinguir secretarias e superintendências, mas assegurar que os agentes lidem com a sociedade de maneira mais respeitosa.

O Brasil, em meio a tantas dificuldades, precisa de agentes públicos que atuem com imparcialidade e compromisso com a legalidade. Quando a lei é respeitada, a sociedade como um todo se beneficia.

  

Governabilidade em Jogo: Desafios e Custo Político da Nova Gestão em Penedo Após as Eleições de 2024.

 



Governabilidade em Jogo: Desafios e Custo Político da Nova Gestão em Penedo Após as Eleições de 2024.

        Passadas as eleições municipais de 2024 e definida a nova composição da Câmara Legislativa em Penedo, Alagoas, o principal questionamento que emerge é: o prefeito eleito conseguirá garantir uma base sólida de apoio no Legislativo para governar sem entraves? A resposta, como de costume na política brasileira, dependerá de alianças e negociações que podem custar caro aos cofres municipais.

  A lógica política, marcada pela necessidade de acordos para garantir a governabilidade, exige ajustes que nem sempre agradam a todos os eleitores. Embora o prefeito eleito tenha obtido a maioria no Legislativo nas urnas, será preciso conciliar interesses e atender às expectativas dos aliados, distribuindo cargos e espaços no governo. No entanto, essa prática, apesar de consolidada, frequentemente gera insatisfação em uma parcela do eleitorado, especialmente entre aqueles que acreditam na eficiência da gestão pública. 

    No Brasil, a pluralidade política tornou os acordos e os conchavos parte integrante do sistema. Promessas de campanhas levam à criação de novas secretarias e cargos, mas raramente se traduzem em concursos públicos para preenchê-los, gerando impacto direto no orçamento municipal e nas receitas da previdência própria. A política local se transforma, assim, em uma indústria de empregos para atender interesses particulares, em detrimento de soluções estruturais e de longo prazo. 

    O cenário nacional não é menos preocupante. Notícias indicam que o número de brasileiros que recebem benefícios sociais supera o de trabalhadores formais, revelando um vínculo vicioso que reduz a pressão por eficiência nos três níveis de governo. Para muitos políticos, esse quadro é vantajoso, já que a atenção do eleitorado está mais voltada para os escândalos efêmeros das redes sociais do que para os problemas estruturais. 

    A cidade de Penedo não está isenta desses desafios. Recentemente, o ex-vice-prefeito, que trocou de alianças às vésperas da campanha eleitoral, tornou-se alvo de polêmicas após obter apenas 454 votos. Suas denúncias durante o período eleitoral, incluindo a polêmica venda da empresa de distribuição de água, não surtiram efeito. Agora, derrotado, recorre às redes sociais para expressar sua insatisfação e fazer novas acusações, que têm ecoado nas rádios e no Instagram. Esse episódio ilustra uma prática recorrente no cenário político brasileiro: candidatos que, muitas vezes sem preparo ou base intelectual sólida, entram no pleito movidos por interesses imediatistas. Quando vencem, encontram independência financeira por quatro anos; quando perdem, enfrentam um período de crise que, não raro, os expõe ao ridículo. Com os holofotes voltados para as eleições de 2024, resta saber se as promessas e os ajustes políticos do atual prefeito conseguirão trazer estabilidade e desenvolvimento para Penedo ou se, como ocorre em tantos municípios, a governabilidade será obtida a um custo insustentável para a população.


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