Robin Hood e a Política Contemporânea: Uma Reflexão sobre Justiça Social e Compromisso Político em Penedo


        Robin Hood viveu na Inglaterra medieval e se tornou um fora-da-lei revoltado com a política do Rei Ricardo Coração de Leão, que cobrava altos impostos dos seus súditos. Indignado com essas injustiças, Robin Hood formou um grupo de pessoas de sua confiança, incluindo um padre que ajudava a planejar suas ações. Juntos, eles sequestravam recursos dos ricos e os distribuíam aos pobres necessitados, que sofriam não apenas com o trabalho forçado, mas também com as exigências violentas dos cobradores de impostos. Eventualmente, Robin Hood se tornou um símbolo na luta dos pobres contra uma sociedade arbitrariamente dividida em classes sociais.

Conhecido como Robin Hood, ele não se tornou apenas um ícone na luta contra o rei, mas também uma defesa para os pobres da Inglaterra medieval. Sua fama chegou a outros continentes através de livros e filmes. Na década de 1970, os jovens vibravam com suas ações nas fitas que revelavam suas façanhas. Além de ser habilidoso em subtrair dos ricos, ele era um excelente arqueiro, com o arco e flecha sendo sua arma favorita, e um bom espadachim que desafiava a autoridade de sua majestade. Claro, existem controvérsias a respeito dessa lenda.

Surpreendentemente, em um programa de rádio da cidade de Penedo, em Alagoas, foi debatida a problemática do vice-prefeito que recentemente abandonou as ideologias partidárias que o elegeram junto com o prefeito atual. Atualmente, o vice-prefeito, que se declarou pré-candidato a vereador, está apoiando o ex-prefeito, que é um forte candidato e com três eleições vitoriosas. Inesperadamente, um ouvinte do programa, agindo pela emoção do conteúdo em pauta, perguntou: “Já que o vice-prefeito deixou para trás o compromisso de continuar ajudando o grupo que o elegeu, então, é mais justo que ele abra mão do salário que recebe, já que não está mais trabalhando”.

Ora, apesar da emoção do ouvinte, a ideia é interessante, pois o município economizaria nos oito meses que faltam para terminar a gestão, um montante significativo que poderia ser aplicado em áreas mais importantes. Conforme o programa avançava, o debate se acirrou entre os âncoras. “Acredito que o vice-prefeito vai acatar a sugestão do ouvinte”, ressaltou um dos âncoras. “Ah, jamais aceitará”, rebateu o outro. E como no campo das ideias os debates se tornam prolongados, o âncora, conhecedor assíduo da vida política do vice-prefeito e pré-candidato a vereador, foi mais além: “Ele vai largar o cargo. Pelo que conheço de seus atos políticos, ele não liga para dinheiro. E vou mais longe: caso não peça exoneração, ele deveria, no final de cada mês, sacar seus honorários e, na porta da Caixa Econômica, jogar o dinheiro para o alto, fazendo a festa do povo que por ali passasse”.

Seria um gesto magnífico, pois faria ressurgir um novo Robin Hood, dentro da lei, já que os valores devolvidos ao povo não trariam problemas com o rei, porque seria uma doação do próprio bolso. Embora esses vencimentos sejam consequência da arrecadação de impostos exorbitantes, que é uma exigência do governo federal. Ao ser aclamado como o novo Robin Hood, ele abandonaria a fama de “Judas, o traidor”, aquele da contemporaneidade que pula de galhos partidários a cada eleição com “beijos” nas faces dos que são mais convenientes para angariar vantagens e se manter no poder.

Talvez as exaltações dos âncoras do programa na Mira do Canhão, que tem Antônio Kão, como organizador das carrapetas, estejam enganados, pois o atual vice-prefeito e pré-candidato a vereador não é louco ao ponto de largar seu salário ou jogá-lo para o alto, no intuito de agradar aqueles que gostam de promessas vazias e têm um nível intelectual insuficiente para distinguir joio do trigo. Não se pode comparar as ações de Robin Hood que, mesmo sendo um fora da lei, às dos "políticos" contemporâneos, seria assassinar a reputação daquele que, mesmo sendo uma lenda, acreditava na luta por justiça social. Entretanto, se ele quisesse se tornar um salvador da pátria, encontraria problemas com a justiça eleitoral, pois uma possível ação desse tipo caracterizaria compras de votos.

Penedo, em Alagoas, já tem 380 anos. Esteve entre as cidades promissoras em economia e já foi vista como o local adequado para a instalação da capital da província. Hoje, arrasta-se na humilhação de sobreviver aos repasses do governo federal. É uma triste realidade, e essa responsabilidade deve-se aos “políticos” descompromissados com a realidade do seu povo, mas comprometidos com a falta de ética e com picuinhas nas caladas da noite.

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