A Constituição Federal, em seu Artigo 225, inciso VI, estabelece a obrigação de promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e conscientizar o público sobre a preservação do meio ambiente. Embora a Braskem, anteriormente conhecida como Salgema, tenha desempenhado um papel significativo nesse sentido junto às escolas do estado e municípios de Alagoas durante a década de 2010, sua conduta recente reflete uma triste ironia. O ditado "faça o que mando, mas não faça o que faço" ganha relevância ao considerarmos que a empresa é agora responsável por um dos maiores desastres ecológicos já testemunhados na história do Brasil, possivelmente rivalizando com o desastre de Brumadinho em Minas Gerais em termos de impacto, inclusive com perda de vidas. Esta discrepância entre a educação ambiental nas escolas e a realidade da preservação ambiental expõe a lacuna entre o que é prescrito pela Constituição Federal e sua efetiva implementação. A falta de fiscalização adequada por parte das autoridades contribuiu para a tragédia, evidenciando que a simples promoção da educação ambiental não é suficiente sem medidas concretas de vigilância e aplicação da lei.
A ineficácia dos órgãos responsáveis pela fiscalização ambiental alimenta a percepção de que não há progresso sem destruição. Embora seja inegável que o progresso deva atender às necessidades do país, é igualmente fundamental que os reparos e precauções acompanhem esse processo de desenvolvimento. No caso da Braskem, surge a indagação sobre as razões pelas quais a empresa negligenciou reparos que poderiam ter evitado a catástrofe, mesmo diante dos alertas sobre o afundamento do solo emitidos pelos órgãos fiscalizadores. Além disso, questiona-se por que os órgãos fiscalizadores, investidos do poder de polícia, não interromperam as atividades da empresa. Enquanto isso, os bairros afetados enfrentam um futuro incerto, com milhares de residências abandonadas e famílias desalojadas.
Atualmente,
a Braskem está empenhada em remediar os danos ambientais que causou. Caminhões
carregados de areia são transportados do município de Feliz Deserto com o
objetivo de preencher as cavidades deixadas pela extração do sal-gema, uma
prática que perdurou por décadas. Contudo, resta a incerteza sobre o destino
dos bairros afetados: serão reconstruídos e devolvidos às famílias sem qualquer
compensação financeira, ou se transformarão em condomínios de luxo destinados
às elites com alto poder aquisitivo? Essa dúvida paira sobre uma região marcada
pelo privilégio, enquanto as comunidades afetadas aguardam uma resposta sobre
seu futuro e sua segurança habitacional.
Certo dia a TV gazeta informou que tal catástrofe era natural.
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